Taycan: a celebração da esportividade elétrica

Esta pode ser uma constatação difícil de digerir para os mais puristas: a propulsão elétrica veio para ficar. Se esta compreensão pode não ser novidade para muitos, ainda está longe de entrar na cabeça dos fãs de carro mais conservadores. Mas não é hora de criar pânico. Esportivos elétricos são extremamente divertidos e o Porsche Taycan deixa pouca margem para opiniões contrárias.

Na pista, o modelo tem o comportamento digno de qualquer outro Porsche, isto é, a combustão. Na verdade, o Taycan até supera alguns. O primeiro esportivo 100% elétrico da montadora de Stuttgart tem o melhor arrasto aerodinâmico da linha, com coeficiente (Cx) de 0,22. É também um dos carros mais rápidos, com aceleração de 0 a 100 km/h cumprida em 2,8 segundos.

O que dizer ainda do monstruoso torque instantâneo de 107,1 kgf.m desenvolvido na versão topo de linha Turbo S?

Embora tenha números suficientes para fazer bonito em uma drag race, o Taycan é ainda mais admirável nas curvas. Com suspensão pneumática adaptativa e eixo traseiro esterçante, a estabilidade nos aguça a abusar dos limites a cada nova curva.

Taycan Turbo S 22814

Outro segredo para o equilíbrio está na tração integral, uma vez que há um motor sentado em cada eixo. Além disso, a bateria fica disposta no assoalho, que deixa a estrutura mais próxima do solo e menos inerente a oscilações da carroceria.

Nem mesmo o ar-condicionado no talo impede o suadouro a bordo do elétrico. Embora não seja arisco, a performance é impetuosa. Há muita agilidade para vencer retas íngremes e frenagem impecável para segurar a bronca após colocar os 761 cv de potência à prova. Este é o pico entregue com controle de largada e overboost. O padrão da versão Turbo S é entregar 625 cv.

Para quem ainda não está familiarizado com o Taycan, é preciso destacar que a nomenclatura Turbo só foi usada para diferenciar as versões, conforme a Porsche faz com outros modelos. Inclusive, o sedã é vendido em três versões: 4S (R$ 539 mil), Turbo (R$ 809 mil) e Turbo S (R$ 979 mil). Uma vez que falamos de um carro 100% elétrico, não há turbocompressor.

 

Complexidade mecânica

 

Por outro lado, há muita complexidade na construção do conjunto mecânico. Como já mencionado, o modelo carrega dois motores. Também tem duas transmissões, alocadas em cada um dos eixos.

Taycan Turbo S 23775

As transmissões foram devidamente gerenciadas para atender aos caprichos do motorista. Se a proposta é fazer uma viagem amena, a transmissão fica a cargo de buscar autonomia. Mas se o negócio é acelerar, o sistema consegue trabalhar em rotação de até 16.000 giros.

A transição de comportamento muda bastante com a ajuda dos modos de condução. Há cinco posições, que atuam do modo mais econômico ao mais explosivo.

Embora não fosse o cenário adequado, aceleramos o Taycan no modo Range, que visa poupar autonomia das baterias. Todos os parâmetros do carro são ajustados para uma atuação mais suave. Até mesmo as respostas ficam mais lentas.

 

Desafio sonoro

 

As coisas mudam de figura quando selecionamos a opção Sport+. Apesar de as propriedades de aceleração, peso da direção e suspensão ficarem mais rígidas e ligeiras, o que mais chama a atenção é a parte sonora.

O Taycan tem autofalantes espalhados pela cabine que amplifica o ruído dos motores elétricos. Não é um som que emula o ronco de propulsores a combustão, como a BMW faz com o i8. No Porsche, a proposta é aumentar o volume das engrenagens elétricas.

Embora não seja um ruído agudo e artificial como o dos carros da Fórmula E, esse ainda é o calcanhar -de-Aquiles dos esportivos elétricos. No mesmo dia em que guiamos o Taycan, também aceleramos outros modelos da Porsche.

Nem vamos citar como exemplo o 911 GT3 RS, um verdadeiro carro de corrida com homologação para as ruas, mas se a comparação for com qualquer outro esportivo a combustão, a experiência sonora de um elétrico fica muito a desejar. E isso conta muito na atmosfera de um esportivo.

Há de se lembrar, porém, que o Taycan é um modelo familiar. Afinal, falamos de um sedã de 4,96 metros de comprimento, com direito a dois porta-malas, sendo um dianteiro (83 litros) e outro traseiro (366 l). Neste quesito, a experiência é ótima em termos de interação e tecnologia, mas pode não ser agradável em relação a espaço.

Quem viaja atrás não tem espaço para colocar os pés embaixo dos bancos frontais, por conta dos desafios estruturais de um elétrico. Os assentos traseiros ficam em uma posição mais baixa em relação aos da frente. Mesmo assim, quem tem estatura mediana viaja no limite para não raspar a cabeça no teto ou os joelhos nos bancos.

 

Showroom de telas

 

Em contrapartida, o ambiente interno é enriquecido por um show de telas. São cinco. A maior, de 16,8 polegadas, corresponde ao painel de instrumentos. É curva e mostra de maneira moderna os parâmetros de viagem e desempenho do carro.

Há ainda dois displays para a central multimídia, sendo um para o passageiro. Outras duas telas permitem configurar a climatização. A maior e em formato horizontal é dedicada a quem viaja na frente, mas os passageiros traseiros também podem se divertir com um visor menor.

Como o papo é sobre um elétrico, é preciso deixar claro as questões sobre autonomia e carregamento. O Porsche Taycan é o único do mercado que pode ser carregado em sistemas de 800 volts, enquanto a concorrência trabalha com parâmetros de até 400 volts. Isso significa que é possível obter 100 quilômetros de autonomia em apenas 5 minutos de carregamento.

Taycan Turbo S 4

Quem compra o modelo, leva para casa o serviço de instalação de uma rede adequada para o carregamento de 11 kW (quilowatt). Com ele, o veículo pode ter a bateria completamente recarregada em nove horas.

A Porsche divulgou ainda que tem uma rede de 76 carregadores distribuídos em 11 estados e que participa do desenvolvimento de uma eletrovia em São Paulo (SP), que poderá ligar ao Paraná e ao Rio de Janeiro.

 

Concorrência ‘braba’

 

A tendência é de que a oferta de carregadores e modelos elétricos aumente em uma frequência mais rápida, o que pode aproximar os consumidores dessa nova forma de mobilidade.

Para falar especificamente sobre esportivos, o Taycan já é sucesso de vendas na Europa e enxerga o contra-ataque da Tesla, com o Model S Plaid, que carrega três motores elétricos capazes de entregar mais de 1.000 cv de potência. Outro concorrente de destaque é o Lucid Air, desenvolvido por um ex-engenheiro da Tesla. Esse modelo pode chegar a 1.080 cv e promete autonomia de 832 quilômetros.

Essas novidades só mostram como modelos mais modernos, rápidos e divertidos estão no horizonte. Note, o Taycan é só o primeiro esportivo elétrico da Porsche e tem uma capacidade de brilhar os olhos. Imagine o que ainda vem por aí…

Taycan Turbo S 12159

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